Estresse felino – como ele prejudica a saúde do pet?
Situações de estresse podem impactar os bichanos de diversas formas e trazer sérias consequências para a saúde física e mental
Os gatos são criaturas muito sensíveis às mudanças de ambiente, rotina ou com seu próprio bem-estar físico. Quando qualquer um destes três pilares sai de sua normalidade, é comum que o bichano passe a apresentar um quadro de estresse.
“Estresse nos felinos é algo mais comum do que imaginamos, principalmente quando o animal deixa de ter controle e previsibilidade de sua rotina e do ambiente em que se encontra. Estas mudanças promovem uma reação natural de “luta ou fuga”, o que faz com que os bichanos desenvolvam comportamentos agressivos ou fiquem amuados e busque esconderijos difíceis de serem achados”, explica a médica-veterinária Nathalia Fleming, gerente de produtos pet da Ceva Saúde Animal.
Na sua grande maioria, os sinais de estresse nos gatos ficam evidentes pela alteração comportamental, com a agressividade com humanos ou outros animais sendo a mais comum. Porém, outros sinais também demonstram que o pet está passando por um período de estresse prolongado: alterações no apetite, isolamento social, apatia, fazer as necessidades fora da caixinha, vocalização excessiva, excesso de lambedura e comportamentos repetitivos e compulsivos são alguns exemplos.
Índice
Quais os principais motivos de estresse dos felinos?
“Descobrir o motivo do estresse é essencial para garantir novamente o bem-estar dos bichanos. Existem duas coisas que os felinos não abrem mão: sua rotina e o bem-estar físico, ou seja, mudanças súbitas e problemas de saúde quase sempre são a origem do problema”, relata.
As alterações na rotina podem incluir diversas situações como um móvel novo no ambiente, troca da ração ou da marca da areia na caixinha, um novo membro na família, mudança de casa, presença de pessoas diferentes, alterações nos horários e hábitos das pessoas da casa ou mesmo uma ida ao veterinário.
Já as alterações em seu bem-estar físico podem estar ligadas ao surgimento de pulgas e carrapatos, que incomodam com suas picadas que geram coceira, dores e desconfortos relacionados a lesões ou doenças.
Quais são os impactos do estresse na saúde dos gatos?
Um felino exposto a situações de estresse por tempo prolongado ou recorrente está sujeito a diversas complicações clínicas e psicológicas que impactam sua saúde física, mental e social.
“O impacto do estresse na saúde física dos felinos pode atingir o sistema urinário, causando cistites de repetição, por exemplo. O sistema gastrointestinal também é afetado, causando diarreia intermitente, vômito ou até mesmo diminuição do apetite, um risco maior para o felino pois ao permanecer muito tempo sem se alimentar a espécie tem predisposição a desenvolver lipidose hepática, síndrome que afeta o fígado dos animais e pode causar importantes complicações. O sistema imunológico também é impactado, deixando o felino mais suscetível a doenças infecciosas, principalmente no trato respiratório superior…”, Nathalia elenca.
O estresse também afeta a relação do felino com outros animais comuns de sua convivência e com seus humanos, e promove comportamentos repetitivos que podem causar lesões, hiperatividade e isolamento social do bando.
É possível evitar o estresse nos gatos?
Evitar totalmente que eventuais situações de estresse aconteçam é quase impossível e é preciso entender que, vez ou outra, alguma coisa vai estressar o bichano, mas é possível evitar que isso ocorra de forma repetitiva e se torne um problema maior.
“Investir em um ambiente calmo e aconchegante, sem barulhos altos, e permitir que o felino experimente diferentes estímulos ainda na sua fase de filhote pode auxiliar a passar por situações geradoras de estresse com mais facilidade. Respeitar o comportamento natural do bichano também é essencial para um dia a dia mais tranquilo e saudável, assim como evitar mudanças bruscas na rotina, que podem deixar o felino confuso”, reforça a profissional.
Já em casos em que é difícil evitar que o animal não se estresse, como mudança de ambiente, de casa, idas ao veterinário, chegada de um novo membro na família ou chegada de um novo pet, soluções como os análogos sintéticos do odor facial felino (Feliway®) podem ser grandes aliados do bem-estar animal.
Nathalia explica que “o odor facial felino reproduz o cheiro que os felinos deixam no ambiente ao se esfregar em móveis e outros objetos com o objetivo de marcar território e sentir-se protegido. Quando sente este odor característico, o gato interpreta que aquele ambiente em que ele está é seguro e que não existe necessidade de se preocupar com perigos ou ameaças, fazendo com que ele se sinta no controle da situação”.
O produto pode ser borrifado na caixinha de transporte ou na coberta do animal 15 minutos antes de sair de casa (no caso de visitas ao veterinário) ou pode estar presente no ambiente de convivência do felino através dos difusores de tomadas, auxiliando o bichano a superar desafios do seu dia a dia com mais tranquilidade e saúde.
“Cuidar do ambiente para o felino também é uma prova de amor e carinho. Adotar medidas que reduzam o estresse nestes animais garante maior bem-estar, reduz chances de problemas de saúde e fortalece o relacionamento do pet com o ambiente e seus humanos, melhorando sua saúde física e emocional”, finaliza.